quarta-feira, 31 de julho de 2013
A REVOLTA DO MEU CORAÇÃO.
Pelo olhar
Eu penetrei na tua alma.
Senti que o amar
É um lenitivo que acalma.
Queria ir
Bem perto e juntar-me a ti.
Fiquei feliz
Apenas porque te vi.
E a saudade
Bateu na minha memória…
Pois na verdade
Foi tão breve a nossa história.
Bateu bem forte
No meu peito a nostalgia.
Mas nem a sorte
Foi tão grande como eu queria.
Senti rolar
Uma lágrima no meu interior.
Estava a chorar
O meu coração cheio de dor.
Queria sentir
O calor da tua mão.
E não ouvir
A revolta do meu coração.
Joaquim Barbosa
HORAS
Nas horas tristes, de angústias refinadas,
chegam pavores que assomam às janelas…
Horas, almas rendidas, amarguradas,
que arrastam os ventos fortes, das procelas.
Horas calmas, paz de sonhos, deslumbradas
pelo branco céu fulgente, em aguarelas,
são Roxas, de sangue vivo e delicadas,
trindades, que se furtam às suas celas.
Horas, ecos de veludo e voz das fontes,
Árias de Mozart, que murmuram p’los montes,
Cativando a natureza num festim.
Horas, liberdades raras, num ocaso
paz de gente que se abraça em campo raso…
Horas fascinantes, madrigais sem fim!
Manuel Manços
SER AMADO!
Ser amado...
Eu...
Ofego e suspiro...
Contigo...
Meu amor!
No desassossego de te encontrar?
Nos lamentos do meu coração!
Nasce a esperança...
Ah! Como gostaria de tocá-lo...
Foco do meu amor...
Amor que transmuda...
Pelo nosso mundo!
Meu viço depende de ti!
Amor que se eleva...
Ao píncaro de nós...
No potencializar...
Do sentido de amar...
Amor que se estende...
Mesmo no abandono!
O sofrimento...
Não fará extinção...
Da capacidade...
De te amar...
Amor pujante!
Eu não te amo...
Por ser amada!
Te amo?
Porque...
Te amo!
És o próprio poema !
O outro...
Que me falta!
Sem começo...
Nem fim...
Infindável...
Ser amado!
Juliani Rosendo
Saudade
Quantas vezes me deparo
A tua foto olhar
Sempre que estás longe
Quero mais e mais te amar
Escuto vozes e sussuros
E meus ouvidos se encantam
São seus ecos soando
Em meu pensamento voraz
Trago-te no peito sempre
Um amor tão bonito
Ah! Como é bom amar-te
Antes e após o infinito...
Grande é meu coração
Cheio de muita dedicação
Estarás nele sempre amor
Com muito sabor e paixão
Na estrela mais longínqua
Busco-te no meu cantar
Vem, vem amor querido
Estou aqui a te esperar!
Pra sempre vou te amar!
(Fatinha Branco)
Livro
Letras escritas que cruzam
Os caminhos da filosofia…
Dão orgulho aos que passam
Pela leitura sem monotonia
Nele as palavras nascem
Como flores que crescem
Em arte de usar e aprender
Dá uma ajuda, sem querer
Sabedoria é acrescida
Nas finas linhas cultivada
Pelo livro da ciência
Abre luz à inteligência
Tudo ali é usado
Com grande sabedoria
Jardim bem iluminado
Cultas flores com biografia
Livro é a alimentação
Do cérebro em progresso
Duma atual gestação
Futuro nasce, com sucesso.
Elisabete Bernardo
terça-feira, 30 de julho de 2013
Já fui
Já fui ave,fugindo aos ventos
Já atravessei mares e travei portentos
Desci ao abismo desta alma
Enriqueci tuas palavras com alusões
Aos tempo da cólera,da fome
E bani o ódio destes corações
Já fui mar,soletrando pingos de água
Por sobre o teu nome e sem mágoa.
E na evocação de tua imagem
Sacralizei teu branco sorrir
Inscrevi na tua pele
Um doce mel de sonhar e não nutrir
Já fui luar,descendo no azul-matiz
A serpentear a serra,qual afoito petiz.
Senti a luz nos clarões da tempestade
Vivi sonhos e o abrir,alegre,desta primavera.
Vesti o corpo de mil formosuras
Impus o reino da paz, como aprouvera
Corpo-sonho
Corpo-lição
Saboreemos tua palavra
Que desta era
Nos faz alusão.
Agostinho Borges de Carvalho
Amo-te
Com as exclamações que brotam dos teus lábios
Amo-te
Sem reticências
Sem pontos finais
Amo-te
Com infinita loucura
Imaginação de pintora
Que na tela em branco
Com traços aleatórios
Descreve os momentos sentidos
Vividos em corpos que bailam
Vulcão que brota na pele
Ondas de prazer que inundam
Um amor sempre em erupção!
(Cris Anvago)
RESSUSCITA-ME!
No mesmo altar, o qual me imolastes
Ressuscita-me!
Devolve em mim a vida que tirastes
Para que eu tenha a chance que tomastes.
Ressuscita-me!
Que eu preciso viver por teu chamado
Implorando o perdão pro meu pecado.
Ressuscita-me!
Ouve meu grito abafado
Dentro do ataúde sufocado,
Lápide funérea do teu coração.
Revive-me, eu, a tua humilde serva.
Ata-me a ti, e deixa minha'lma presa
Ao aparato sutil da compaixão.
Forjaste o mal ceifando minha carne morta
Atirando-a aos abutres da tristeza.
Ativa em mim a esperança da luz acesa.
Ressuscita o sonho que alentava
Minhas horas de ventura e emoção;
Expulsa para o além os desenganos,
ressuscita em mim os meigos anos,
Transforma em vida essa sofrida exclusão...
( Rose Arouck )
INVENTO RENASCIDO
Tu, meu invento renascido,
foste a realidade desejada,
a magia ambicionada
nesta vida sem razão...
Foste receio, foste tormento,
foste força e alento,
desejo e renascimento
de meu sonho ilusão!
Ah! Imagem-miragem,
fantasia-realidade,
entrega consciente!
Não sou louca, sou a mulher
que esteja onde estiver,
há de ter sempre presente
este mundo de magia
- grata recordação -
que o invento criou!
E da ansiedade reprimida
que extravasou
sobrou
a certeza de que a vida,
mesmo feita de renúncias,
pode ter a ousadia
de ser inventada e vivida
num sonho que não se viveu...,
mas que se sonhou!
De Maria La-Salete Sá
Lágrima
Tens no teu sorriso
uma lágrima desenhada
que ninguém vê cair...
Ficou presa no teu rosto
essa tristeza escondida
e agora a gota lacrimal
faz parte do teu sorrir...
Não fortifiques muralhas
no teu coração
não és a sombra de ninguém
deixa cair a dor
a desilusão...
todo o fruto que está podre
desmaia no solo sem compaixão
Não és tu esse fruto
nem tão pouco és sombra
és vida,és seiva,flor silvestre
amora com sabor agreste,
cheiro de rosas pintadas
na tela de um pintor
com tintas de feitas de amor!
Alda Melro.
“NAS MARGENS DO RIO HOMEM”
Quantas recordações de alegria
Tu me inspiraste até em demasia,
Naquelas margens cheias de beleza
Ornadas pelas mãos da Natureza,
Às quais a minha alma ficou presa!
Ali segui-te alegre, sem repouso
Aqui andei contigo, ai, breve gozo,
Onde nunca pensei na incerteza…
Mas fugiste!.. E na hora derradeira
Não pude nem ousei adeus dizer-te,
Pois sofri a minha dor de tal maneira,
Que de ti fugi, e não quis mais ver-te!
E agora que do teu amor já não preciso
Aí vai um abraço de saudade e um sorriso!
Alfredo Costa Pereira
segunda-feira, 29 de julho de 2013
EU SOU ASSIM
Este é o meu jeito
De ser
Sou assim
Sonhadora
Romântica
Gosto do nascer do sol
Gosto do pôr-do-sol
Mas também
Gosto muito de ficar só
Eu sinto-me em paz
Gosto de olhar
As noites estreladas
E da luz do luar
Gosto de andar descalça
Sobre a areia da praia
De sentir a água
Nos meus pés
Eu
Sou assim
Não guardo rancores
Amo a simplicidade
O silêncio
Para refletir
E meditar
Inspiração para escrever
Música calma para pintar
Amo os abraços apertados
Dos meus três amores
Minhas netas
E meu neto
Pois são transparentes
E são dados com amor
Amo o meu marido
Companheiro
E amigo
De muitos anos
De vida
Amo a minha família
Meus amigos/as
Amo viver
O estar viva
Gosto de cantar
Para levar as mágoas
Que tenho no coração
Eu
Gosto de respeito
E de ser respeitada
Amo a liberdade
De falar
E de sentir
De chorar
E de sorrir
Eu
Sou assim
Feliz.
Mila Lopes
Vitral
Eu bebo ao pé da fonte cristalina
De uns olhos claros a espelhar o céu
Pois ébrio a pressentir sabor do mel
Que a indústria dos teus lábios me insemina...
Cantata de emoção na visão fina
Das faces encobertas por um véu
Que exclamam, a sorrir, que sou um réu
Pois tudo que ora falo me incrimina!
Resplende a auriflama na inteireza
De um verso que revoa em boa hora
Que canta, a balbuciar a tua leveza,
Avesso de um silêncio que se explora
E avança, a palpitar só de nobreza:
Afeito à muda espera, se demora!
Francisco Settineri.
domingo, 28 de julho de 2013
Triste Esperança
Tanta saudade nesses versos tristes
e o amor persiste, não posso evitar!
a porta aberta desde que partistes,
tola esperança de que vais voltar.
Vago em silêncio na noite sem graça
pela mesma praça onde te encontrei,
a solidão aumenta e o tempo passa,
promessas esquecidas que acreditei.
Indiferente ignoras as flores do caminho
que com ternura meu amor te ofertou,
dias sombrios vão marcando meu destino,
cruel herança que a vida me legou.
Cada linha que existe em minhas mãos
mesmo um leigo consegue decifrar,
todas conduzem a um mar de ilusão,
e a certeza que sempre irei te amar.
O mundo gira sem que eu possa perceber
tal qual fumaça que se perde pelo ar,
faço da poesia minha razão de viver,
buscando em cada verso te encontrar.
Relembrando apenas os bons momentos
que apaixonado estive ao teu lado,
esqueço-me do teu adeus todos tormentos,
perdoando por amor os teus pecados.
Mantendo a chama da ternura aquecida
e as rosas que com carinho cultivei,
vou regando o jardim de nossas vidas,
porque de ti jamais esquecerei.
Autor: Falcão S.R
“A Máquina do Tempo”
A vida surpreendemos a cada minuto,
Somos uma fracção de segundo
No delinear da existência…um tempo
Louco no Mundo!
A desmemória suga-nos,
A desmensurada ansiedade corroí-nos,
E, o que restará de nós!?
“Fantoches" aos pedaços,
Fragmentos d’uma vil cultura,
Sem eira, nem beira, a braços
Com a nomenclatura.
Sejais francos, dignos
Do tempo que vos ama,
O que se desenha no coração
E se dispersa no vento da alma.
Sejais seres humanos de facto
E não um mero produto
Pré-fabricado, uma solução
Que se engole na “máquina do tempo”.
E, haverá sempre tempo para o tempo,
E, a vida será tempo do tempo,
Pois o tempo ama viver
Terás sempre a chance de ser.
RÓ MAR
FALANDO COM AS ROSAS...
Quando paro aqui, ali, além
Para escutar as rosas
Nenhum olhar me detém...
Perfumo minha alma
Sacio meu ego, minha felicidade
Torno mais vasto meu conhecimento
Meu espírito enche-se de calma
Venço o tempo da esperança
E abre-se em flor meu contentamento
Quando converso com as rosas
Esqueço o cotidiano das vaidades
Com amor, fé e perseverança
E observo nelas a resplandecência
O intenso brilho e o bailado
A magia, a singeleza, a rara beleza
Dou testemunho à sua qualidade
Busco no encanto sublime d'uma flor
De qualquer que seja sua espécime
Branca, vermelha, seja ela qual for
Pois, tamanha é a sua graciosidade
E, tudo torna-se lindo, deslumbrante!
De tão perfeita, um colosso
Em cada botão vejo brotar
A cada dia a mais linda flor
Obra magnífica do nosso Senhor
Essência que faz o mundo brilhar
Sob o céu do dia em esplendor!
Genésio Cavalcanti
ser saudade
Somos palavras
somos sentidos
somos saudade
saudade pura
saudade de tudo
do que fomos
do que perdemos
dos que se foram
dos que perdemos
somos um frasco
perfumado de saudade
por vezes doce
em outras cítrico
Saudade, saudade
tu é só uma palavra
porque dói tanto
porque o nó no peito
o grito estrangulado
o pulo no vácuo
o sopro no vazio
Um dia eu quero
ah, como quero
ser eu a saudade...
Mô Schnepfleitner
Assim Caminha a Poesia!
Em frases simples e taças firmes
Descobrindo sonhos, olhares e sorrisos
Descreve a vida e a morte em gostas noturnas
Discretamente perfumadas pela lua,
Brinca com as palavras em trocadilhos celestes
Encantando o plebeu e o caudilho
Sem esquecer que existe um sol a ser desenhado!
Assim caminha a poesia!
Em versos brancos ou coloridos
Entre uma utopia e outra,
Planta a verdade e enterra a mentira
Levando até tristes bangalôs
A sintonia para alma e o coração
Abraçando pai e filho,
Venturas e enamorados,
Soltando em veios longínquos
Mágoas e frustrações...
E assim caminha a poesia!
Seduzindo musas e jardineiros
A voar por céus infinitos,
Terras sagradas,
Castelos e casebres,
Nunca julgando, apenas poetando
Na retina ou na melancolia,
Descrevendo o amor e a paixão
Do nosso amanhã...
Vida Longa à Poesia!
Auber Fioravante Júnior
sexta-feira, 26 de julho de 2013
“’Ser’ que se floresce no crescer”
Conjuga o verbo ‘Ser’
No passado, futuro e sobretudo
No presente, entre o ‘eu’ e o mundo,
Deixa-te crescer.
Vive plena das tuas raízes
E aceita os ventos que são felizes
Caminhos de verde longevidade
Que te levam à eternidade.
Segue a estrada da vida
Expirando todos os teus medos
E aspirando o ar puro de novos arvoredos,
‘Bebe’ a seiva da vida.
Serás a majestosa erva-da-fortuna,
Da beleza, da inveja e toda uma ‘una’
Maravilha de ‘Ser’
Que se floresce no crescer.
RÓ MAR
SOU AVÓ
Avó
É ser mãe
Duas vezes
É querer dar tudo
É educar também
É ser amiga
E companheira
Tanto na dor
Como na brincadeira
É sentir
O coração a pulsar
De alegria
Com um amor enorme
Que com outro
Não se pode comparar
É compreender
E respeitar
É uma maneira
Diferente de Amar
Ser avó…
É ser doce
É sentir o coração
Apertado
Por não fazer a vontade
A tudo o que pedem.
Eu sou avó…
Amo minhas netas
E meu neto
Faço muitas coisas
Mas não me arrependo
Mas fico tão triste
Se os vejo a chorar
Eu quero-lhe
Dar beijinhos
Aperta-los
Juntinho a mim
Com muito amor
E carinho.
Mila Lopes
AVÓS!
No tempo em que os animais
falavam, havia avós!
Hoje também há avós,
mas não são iguais
aos do tempo
em que os animais
falavam; são diferentes,
porque o tempo
não é o mesmo,
é diferente.
O avô, a avó, os avós
eram uma espécie,
sei lá,
de coisa boa,
de coisa muito boa
que se tinha sempre à mão;
um sorriso, um afago,
um chocolate, um
toma lá, esconde,
e não digas à tua mãe que te dei isto.
A gente, nós, os pequeninos
achávamos que os avós
eram sempre velhos,
que foram sempre velhos,
que nasceram velhos
e que não envelheciam,
até que um dia a mãe dizia:
a avó morreu,
e nós, os pequeninos
não sabíamos bem
o que era morrer
e então víamos a casa cheia de gente,
gente na casa da avó
que nunca víramos
e sentíamos que a avó
já não era nossa,
já não era só nossa
e aquela gente que nos passava
a mão na cabeça
e dizia, “que menino bonito”
era um dizer diferente
do “menino mais bonito do mundo”
que nos dizia a nossa avó.
A mãe para nos consolar
dizia que a avó tinha ido para o céu,
e nós, os pequeninos
que não sabíamos
o que era o céu,
mas sabíamos que era uma coisa boa,
olhávamos para o céu,
e não percebíamos
porque a avó fora para uma coisa boa,
quando a melhor coisa do mundo
estava aqui; eu!
Até que um dia
partia o avô
e nesse dia
ficávamos a um canto,
olhando o céu
sem perceber nada das coisas;
das coisas boas da vida.
A partir desse dia
deixávamos de ser meninos!
Angelino Santos Silva
“homenagem aos avós”
FADO ALENTEJANO
Parti do meu Alentejo
seguindo sina bizarra.
Trouxe segredos dos cantes,
todo o encanto dos Montes
e a minha “voz” de cigarra.
Deixei a sua planície,
nómada cm’um cigano.
Hoje pr’a ter alegria
canto o fado noite e dia,
sou fadista alentejano.
Ai que saudades, montados,
de ouvir as “moiras”, tão belas,
dos pastores e das cantigas
das papoilas e das espigas,
dos trigais, em aguarelas.
Trouxe nas mãos a saudade,
saudades de ser quem era.
No meu peito há uma guitarra,
sigo alguns Deuses, com garra:
Marceneiro, Amália e Severa.
Manuel Manços
ESQUECER QUE EXISTO
Quando me esqueci que existia,
nada se apagou da minha memoria.
Fiquei apatico apenas por momentos,
enquanto gozei esta nova sensacao,
ao levitar sem gravidade, dentro de mim.
Ha um toque do divino, seja ele o que for,
quando parto do corpo... um prazer unico.
Tudo aquilo que toco, me excita.
Tudo me parece ter o tacto do veludo,
da agua, de um vazio que se sente.
Flutuar assim, torna-se indiscritivel,
apesar de tentar partilhar a felicidade.
Sem apagar memorias, nestes momentos
esqueco-me de tudo, de todos, ate de mim.
Os misterios, existem sem qualquer duvida,
ficando-me apenas a duvida, se sera sonho.
Nao quero saber absolutamente de mais nada,
se sera sonho ou nao, quando "parto".
A natureza, as imagens que vemos no real,
sao uma copia editada e melhorada disto.
Sao o brinde terreno dos que nao pensam,
sao o regozijo dos que apenas sentem.
Prefiro ser utilizador das duas vertentes.
Ganho e conquisto previlegios internos,
deslumbres como qualquer outro mortal.
Mas a alma alimenta-se, e agradece.
Preciso dos momentos em que saio daqui.
Voltar a ser o que fui e voltarei a ser,
depois de esgotar um qualquer motivo
que me transformou em mim proprio.
Ha memorias que ficam com o corpo,
a alma renova-se ao renascer de novo,
aqui fica apenas o involucro que uso.
Deixo apenas memoria de personalidade,
quando realmente chegar a hora definitiva,
esquecer que apenas existo, e "partir".
Voltar ao meu estado embrionario.
.
Carlos Lobato
ESTADO DE ALMA
Estado d’alma o meu que me queima o peito,
Por um louco amor que em mim nasceu,
Por alguém que meu sofrer mereceu,
Fiquei sem rumo, sem jeito.
Já lhe confessei meu amor que foi ignorado,
Minha amada sabe que estou apaixonado.
Não atende aos meus apelos,
Por os achar singelos.
Minha alma arde como uma grande fogueira,
Que tu ateaste e deixaste por gosto arder,
Sem te importares com o meu sofrer
E me ter criado uma clareira.
Sem receio de me afogar, vou atirar-me ao mar,
Mesmo sem saber nadar, por muito amar,
Pra apagar o fogo que arde,
Antes que seja tarde.
Sei que arrependida, virás em meu socorro,
Por não me quereres ver afogar,
Ao abandono no mar revolto,
Por não saber nadar.
Ruy Serrano,
quinta-feira, 25 de julho de 2013
MINHA VIDA É REVERSO
VOLTO ATRÁS RECUSO
MINHA VIDA É UM REVERSO
QUERO
SEGUIR EM DIANTE
HÁ SEMPRE ALVOROÇO
POR ISSO LANÇO TUDO NO ESPAÇO
GOSTARIA QUE A MINHA VIDA VOA-SE
SENTIR
CABELOS AO VENTO
SENTIR
O CORAÇÃO A TREMER
SENTIR
A ALMA EM ALVOROÇO
ASSIM
EU DIRIA-LHE:
TU EXISTES
SENTIR
O MEU CORPO A TREMER
POR
UM GRANDE AMOR
SENTIR OS LAÇOS A FAZEREM-SE EM VOO
COMO OS PASSARINHOS QUE SE BEIJAM EM NINHOS
SENTIR
O ALGODÃO DAS NUVENS A TOCAR-ME NO ROSTO
SENTIR
O CÉU ABRIR-SE
NÃO PORQUE EU MORRI
MAS PARA VER O MAIS LINDO
DO SENHOR
O UNIVERSO
E ASSIM SEGUIR UM VOO QUE ME FAZ DONA DE MIM
MAS
MINHA VIDA É UM REVERSO
UM SENTIR NAS ASAS DE UM PASSARO LOUCO COMO
EU SEMPRE QUIZ
MARIA FERNANDES
AS PEDRAS DO MEU CAMINHO
Tirei as pedras que encontrei no meu caminho
Para que nelas não voltasse a tropeçar
Pois cada vez eu ando mais devagarinho
Sinal que anos estão cada segundo a aumentar.
Os meus caminhos continuam sinuosos
Não posso mais caminhar a meu belo prazer
A idade avança em tantos momentos tortuosos
Mas sei que ainda tenho algum caminho a percorrer.
Todos os dias novas pedras no meu caminho
Que vou tirando, mas aparecem sempre mais
Quando inicio as minhas caminhadas sozinho
Vou sempre atento, aos mais pequenos sinais.
Das pedras soltas que possam estar na calçada
Em que tropece e que me possam derrubar
Sem medo dou sempre a minha caminhada
Pelo prazer de mais uns metros andar.
Nunca desisto ao sintoma ou sinal contraditório
Vou sempre em frente, enfrento todos os perigos
Com a consciência que esta vida é um purgatório
O meu destino é procurar os amigos.
Joaquim Barbosa
DESASSOSSEGO
Quem souber descobrir as verdades da minha mente
obscura,
confusa, contraditória,
hipócrita e verdadeira,
serena e alvoroçada,
cheia de tudo, vazia de nada,
que corra a dizer-me,
não perca tempo a despertar-me,
... porque sem essas verdades
a minha vida é um rodopio
de loucuras
e de incertezas...
De Maria La-Salete Sá
quarta-feira, 24 de julho de 2013
ESTRELA DA NOITE
Minha estrela, linda estrela
Haverá sempre de brilhar...
Em noite de lua clara, escura
No céu azul, uma luz a me guiar
Estrela de paz e de harmonia
Que me protege, que me cura
Minha estrela, linda estrela
Me mostra o melhor caminho
Que se preciso, sigo sozinho
Pequena, grande a me guiar...
Estrela ilumina meu chão
Em noite de medo na escuridão
Estrela que brilha cintilante
Minha sedutora constelação
Que nas noites de lua cheia...
Reflete amor em meu coração
Que abraça o sol e permeia
Toda vida que há na aldeia
E toda energia que me rodeia
Genésio Cavalcanti
O Sal do teu saber…
Hoje, sem querer
Lembrei-me de ti
No Sal do teu saber
Em que dele bebi
Bebi conhecimentos
E outras coisas mais
Lembro os bons momentos
Que em ti eram demais
Dizem que o tempo
Tudo apaga da memória
Não… Eu respiro no momento
O conhecimento que é história
São estórias mal contadas
As que não lhe dizem respeito
Falta o Sal às palavras faladas
Num saber que não tem jeito
Vibro com o vosso saber
No qual gosto de vaguear
Nesse mar do meu prazer
Onde há ondas a degustar
Vou impávido e sereno
Por teu mar adentro
Num espaço tão ameno
Teu saber é o epicentro
Epicentro de saberes
E até de alguns sabores
Onde se acolhem os seres
Dos prazeres e dos amores
É assim esse teu mar
D’um saber sem igual
Que eu sempre vou amar
Neste canto de Portugal
Armindo Loureiro
TODAS AS ÁGUAS VÃO DAR AO MAR
Correm velozes por montes e vales sem parar,
Ansiosas p’ra chegar ao mar,
Águas inocentes, cristalinas ou poluídas,
Seguem seu curso, de cio possuídas
Fonte da vida e do amor, as águas não param,
Não são fáceis de dominar,
Ninguém vence sua força e beleza,
Elas são independentes e vivem pra durar.
As águas fogem dos homens, perseguidas,
Não querem ser violadas e agredidas,
Sentem seu orgulho ofendido,
Sem p’ra tal terem contribuído.
As águas sabem que vão ter ao mar salvador,
Juntar-se à fauna marítima, esplendor,
Que na terra deixou há muito de existir,
Por os homens terem preferido agredir.
Por onde passam as águas deixam saudades,
P’la sua graciosidade e pureza,
São úteis às terras que banham,
Que os homens depois amanham.
Desejo o meu, de ir abraçado às águas,
P’ra no mar descobrir uma sereia,
Que me dê o amor que idealizo,
E que evite eu perder meu juízo.
Ruy Serrano,
Aprendizado
.
Quem pode decifrar o destino?
Somos peregrinos numa vida
Repleta de ilusões.
Já não acreditamos em palavras alheias,
Somos responsáveis por qualquer situação.
Nos desviamos algumas vezes dos caminhos
E erramos nas nossas escolhas.
Desejamos coisas que ferem
Nossos sentimentos.
Mas o que importa se nada sabemos?
Esqueçamos nossas feridas
Que cicatrizarão com o tempo
E desabrochemos novamente nossos corações!
.
Sulamita Ferreira Teixeira
terça-feira, 23 de julho de 2013
Hoje estou parecendo
aquela lua no mar
chorando pelos cantos
repetindo o feitiço
do poeta- marujo
encantador de sereias
que navega por aí
sempre com seu violão
ensinando suas canções
para as fadas de plantão.
Ele é também um sonhador
correndo atras de um sonho
Nem ele sabe o que quer..
Ora, ele só quer ser feliz
encontrar uma mulher
que ele chame de sua
que acorde com ele
nas manhãs de verão
e corra com ele
na beira do mar,
catando conchinhas
pensando bebês
Mô Schnepfleitner
HIPÓTESES?
Bastasse apenas e só
o toque de um corpo
num outro perdido
de sentimentos e emoções
para o acordar da letargia
em que havia mergulhado
e talvez o amor fosse
algo mais simples e banal
para que dois seres
se entregassem na ânsia
de não se perderem jamais.
Fosse um olhar trocado
a palavra que faltasse
para quebrar o silêncio
e não haveria tanto ruído
presente quando muito
ficou ainda por dizer!
Fosse um carinho razão
mais que suficiente
para acalmar corações
doridos de sofrer
tantos não sofreriam
da ausência de afecto!
Servisse a presença
de alguém para limpar
toda a solidão duma vida,
e provavelmente não haveria
tanto medo na entrega
que se faz numa relação
quando tudo parece perdido!
Servisse um beijo
para selar um amor
ou simples amizade
e tantos seriam aqueles
que saberiam o valor
de algo puro e sincero!
Hugo Oliveira ©
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Olhos da noite
Feroz redor,
Pássaros devaneiam no céu.
Pele, deleita silhueta.
Vento emudece,
Beijo sequioso.
Denso sonho,
Rios esquecidos.
Mistério, lua prateada.
Pétala embalsama,
Sonância de dois corpos.
Servi o azul do meu nome.
Carinhoso Amor,
Instantes exclusivos.
Noite cadente,
Converto olhar.
Fantasiei sentires,
Suspirei poesia.
Tinta quente de sol,
Rabisca destino,
Nas cartas das estrelas.
Noite de breu,
Ah…esse olhar…
Meu…teu…nosso…
Embriaga e deslumbra,
Onde te posso conquistar!
20-07-2013 Céu Pina
Jardim a Oriente - ‘Dó…Fá…’Sol’’
Das nuvens faço castelos
De lágrimas e amor….
Que são os sonhos belos
Que sei de cor.
Guardo o tesouro numa caixinha
Azul, bem junto ao coração…
E, quedo-me a olhar
As borboletinhas coloridas, a voar…
A voar de par em par...
Pelo Jardim da alma minha
Vejo o azul céu e a estrela
Que é guia e aguarela.
Sou a beleza da nação
Que musica dó…fá… “Sol”,
O fantástico arrebol
Que dilata o coração.
RÓ MAR
Rosas do meu jardim
Quando todas as rosas morrerem no meu jardim florescido
lançarei á terra mais sementes,sem elas sinto vazio!
Rosas simples com cheiro a vida,com cheiro a terra molhada.
Meus pés serão a enxada que as há-de plantar...
quero a terra nos meus dedos
molhada...enlameada...
Quero sentir a natureza,sentir o vento a assobiar
contar-me os segredos que o fazem voar!
Sou eu assim...
Sou a natureza...sou mulher...
sou árvore em mim!
Alda Melro
AMAR, APENAS AMAR!
Juntos estivemos num tempo que já passou!
Te juro amor eterno!
Neste encontro de almas gêmeas!
Cada palavra dita, cada música ouvida...
No toque do teu rosto ao meu rosto!
Conhecendo então...
O mais profundo carinho!
Na tua alma, conheço a paz...
Guia amor os meus passos...
Viajando comigo no tempo e no espaço!
Completa e realizada...
Não me sinto sozinha, abandonada!
Nesta graça recebida!
Nas tuas lembranças, amar somente você!
Nos mistérios do meu peito...
Palavras sinceras!
Sem motivo ou explicação!
Amor, apenas amor!
Anula as tristezas e vence as barreiras...
Mesclados numa só vida!
Aprendemos, ensinamos, perdoamos!
Da dádiva do teu afago!
Nunca deixei de lembrar!
Mesmo sofrendo separados!
Milênios, são poucos segundos!
No contexto da eternidade...
Amar, apenas amar!
Somos um para o outro!
Nossos caminhos se cruzaram!
Chore a minha distância...
Eu vou chorar a tua saudade!
Juliani Rosendo
Escrevi uma carta para ti
Deslumbrante o meu amor
Em palavras delirantes
Descrevia a paixão
O vulcão de desejos
Que existia em ti
O mar de prazeres
Onde mergulhavas
O céu era nosso!
Olhei para os teus olhos
Rasguei a carta
As palavras pareciam ser tão pouco...
...do muito que eu sintia...
Abracei-te intensamente
O que escrevi não era nada
O que te dei de mim...
Naquele momento...era tudo!
(Cris Anvago)
O NOSSO FADO
(Fado menor do Porto)
Eu queria fazer-te um fado,
Cantá-lo para ti somente,
E que ficasse gravado
Na tua alma, eternamente.
Naquela tarde tão triste,
De dor e desolação
Quando cheguei tu partiste,
Fui jogado à solidão.
Fechei-te os olhos inertes,
Boca sem respiração
Sabes lá quanta saudade
Me amargura o coração.
À morte nada resiste,
À vida seguiu-se a dor,
Naquele quarto tão triste
Onde havia muito amor.
M. Manços
domingo, 21 de julho de 2013
LEMBRANÇAS DA JUVENTUDE
Quando envelhecemos,
Tudo é lembrança, em
Nosso olhar, vamos além,
Muito além para buscar as
Cores da nossa juventude,
Que ainda estão vivas, dentro
De nós, tudo que foi pintado
Com amor e alegria, nos nossos
Momentos lindos, de doces
Fantasias e de prazer.
O tempo não consegue
Desbotar nada, dentro
Da gente, é tudo muito
Bem lembrado e amado!
Rejuvenescemos em cada
Lembrança que guardamos,
Em nossas mãos enrugadas!
Quando envelhecemos, todas
As nossas lembranças brotam
Dos nossos jardins da saudade,
Revivendo amigos, amigas e
Passagens de raras emoções,
Como as que foram :
A do primeiro amor,
Do primeiro beijo,
Do primeiro baile,
Dos romances lidos,
Dos muitos encontros,
Nas tardes enfeitadas
De um céu azul, sobre
Os nossos encantos de
Amor e de prazer, às vezes,
Tão inocentes, por isso vivem
Presentes, nas nossas paisagens,
De recordações!
Vanuza Couto Alves
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