Já fui
Já fui ave,fugindo aos ventos
Já atravessei mares e travei portentos
Desci ao abismo desta alma
Enriqueci tuas palavras com alusões
Aos tempo da cólera,da fome
E bani o ódio destes corações
Já fui mar,soletrando pingos de água
Por sobre o teu nome e sem mágoa.
E na evocação de tua imagem
Sacralizei teu branco sorrir
Inscrevi na tua pele
Um doce mel de sonhar e não nutrir
Já fui luar,descendo no azul-matiz
A serpentear a serra,qual afoito petiz.
Senti a luz nos clarões da tempestade
Vivi sonhos e o abrir,alegre,desta primavera.
Vesti o corpo de mil formosuras
Impus o reino da paz, como aprouvera
Corpo-sonho
Corpo-lição
Saboreemos tua palavra
Que desta era
Nos faz alusão.
Agostinho Borges de Carvalho
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