sábado, 30 de novembro de 2013

Tulipas brancas

Essas duas lágrimas penduradas
Nas tuas faces de pele de cetim
Ambas caídas por causa de mim
São tulipas brancas abençoadas.

Uma delas que é a mais comprida
A que corre até à tua boca
É a da tua saudade louca
Aquela qu’é de verdade sofrida.

A outra que sai do canto do olho,
Aquela que eu sempre escolho
Como a mais doce e pura das águas,

É a lágrima filha do nosso amor
A que jorra, mas nunca é de dor,
E que nos lava todas as mágoas.


© Acácio Costa.


MAR 
DE
AMOR

Teus olhos que me encantam...!
Me levam a pensar ...
Em momentos ternos...!
Dos que levam amar ...
Junto ao mar...!
Um sorriso...
Teu...!
De uma onda do teu olhar...!
De encontro
Ao meu ...!
Nesta noite sinto que te vou amar ...!
No banho do...
Amor ...!
Louco desejo...!
Não tenhas frio do beijo ...
Que será ensaio de um momento ...
Em amor ...!
De uma noite...
Que irá até ao nascer de um novo dia ...!
Não tenhas...
Frio...!
Do quente Amor que vem ...
Aí...!
Para o testemunhar...
Vai ser ...
O Luar a brilhar ...
E Sol a raiar...!

(M.S)Mário Sampaio


Num abraço amigo

Deixa, que eu te possa demonstrar
O bem que um abraço aconchegado
De quem nos quer bem, confortar 
Pode ajudar a sarar um coração magoado
Age como um pássaro, que estando preso
Encontra a liberdade no seu livre soltar
E voando nos céus indefeso, fica a cantar
Não queiras engaiolar assim, a tua dor
Fechado triste e só, lamentos a soluçar
Não deve ser vivido assim, o amor
Vale mais uma boa amizade, que o mal amar.

© Catarina Pinto Bastos


ESTRADAS SEM FIM…

Estradas sem fim,
Era a voz que dizia nas brumas da imaginação…
Do sentido ficava a melosa viagem à desilusão,
Espasmos que a vida solta no desfiladeiro do coração,
E era sim que o mundo refletia em mim.

Estradas sem fim,
Desalinhadas colinas serpenteavam a minha loucura…
Amargo de boca que beijava aos pés da tua sepultura,
Luzes que atropelam a vaidade e nos meus olhos perdura,
Ficou tudo diferente em lápides de marfim.

Estradas sem fim,
Sorriso que despoleta a energia para viajar no olhar…
Sombras imperfeitas que nos desejos me levam acordar,
Da casa ficam as memórias que vislumbro ao sonhar,
Parto num instante hesitando o confim.

JOSÉ MIGUEL ARAÚJO


Dia cinzento

Quando olho nesta lonjura
O tédio insinua-se e cansa
O meu humor sem ternura 
Alcança a alma sem esperança.

Alarmada com o rumo vago
Que todo o meu pensamento
Está a tomar, eu afago
A alma num silêncio perfeito de lamento

E estremeço involuntariamente
Perante os vazios inertes e errantes
Perante o silencioso da mente
E das palavras distantes.

Neste tempo presente
O meu subconsciente grita
Desordenado e exigente

Sofro com os meus picos de humor e com os meus ais…

Com os ruídos perdidos
E invisíveis do amanhecer e nada mais.

Telma Estêvão


Brinde à vida
.
Eu brindo à vida
Com alegria maior;
Vida entremeada por sonhos
E certezas...
Vida que me enleva
A cada verso que escrevo;
Pedras não me fazem tropeçar...
E decepcionada ou não,
Nem é isso o que importa...
Lapido cada gesto meu
Como uma flor
Ofertada a quem padece...

O sofrimento apenas torna-me
Uma pessoa melhor,
E no amor sou pura explosão
A quem souber me amar e olhar-me
Com toda ternura e calor!
.
Sulamita Ferreira Teixeira


"EU SOU AQUELA QUE"

Pelas planuras e matagais além, pelos escombros,
Pelos acervos que apadrinham a manhã;
Deito fora os meus exaltados sonhos de pagã,
Enquanto um rouxinol descansa nos meus ombros…

Esgaravato em vão… nos ocultos escombros
De Fortalezas de uma aparência vã!
O sol doirado olha-me alucinado de assombros,
E as trevas ao escurecer chamam-me irmã!...

Murmúrios distantes de enxurradas … Universos…
Revolta de um mundo…de um afastado Além,
Onde eu vulgarizei a magia dos meus versos!...

"Eu sou aquela "que nas mãos ansiosas
Enclausurou da vida, assim como ninguém,
Os ferozes espinhos sem tocar nas rosas!

MARIA JOSÉ SARAIVA GASPAR GONÇALVES


A FLORBELA

Se ainda cá estivesses amiga,
não sei o que queria que tu fosses…
Talvez Vénus, ou simples rapariga,
A quem eu faria os poemas mais doces.

Talvez fossemos irmãos, haja quem diga,
Já que fados iguais um dia alguém nos trouxe.
Talvez seja a nostalgia da terra que nos liga,
Que escureceu, ruborizou e depois iluminou-se.

Se um dia no teu trono de princesa, de marfim
Enquanto bordasses a tua alma de poemas, só pr’a mim,
dar-te-ia toda a minha mocidade.

E quando no firmamento a lua fosse o mar da dor,
eu seria ainda o escravo do amor
E tu a minha Irmã Soror Saudade.


Manuel Manços


Dias assim

existem
dias brancos
de muita paz
quase estagnados
existem
dias vermelhos
cheios de fogo
cheios de paixão
e os dias negros
dias pesados
como chumbo
as vezes parece
vem para ficar
mas de repente
eles também
se vão embora
porque agora
é o tempo
do verde esperança
do azul do céu
do azul do mar
cor dos teus olhos
olhos de azul-amor.

Mô Schnepfleitner


sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Sinto-Te

sinto-Te dentro de mim,
na presença constante 
desta saudade sem fim

penso em Ti com tal fervor
enquanto aqui Te descrevo
em simples palavras de amor

sinto-Te no que não sei dizer
afago-Te o invisivel rosto
no escuro de nao Te conhecer

imagino-Te no poético sentido
escuto-Te no siléncio 
desanimado,do dever cumprido

quero-Te porque não te tenho
imagino-Te do mundo de onde venho
sofre-Te neste telhado sem rebanho

manuela bulcão


MEIA LUZ POEMA TE ESCREVO

A meia luz eu te escrevo
Uma poesia
Não sei de onde és mas a tua voz
É melodia
Não sei com quem falo
Mas teu escrever me embala
É como uma canção do vento
Que quando atento te dirige aqui
Eu ouço a tua voz perdida por aí
És uma ventania que me acalma
Fazes sorrir
Mesmo nos meus sonhos eu te olho
E sorrio
Porque bonito te encontro
Pareces um pássaro em voo
E quando em sonhos te vejo
Meu peito ressalta
E te vejo num embalar de fadas
Magia esse sorriso que me mata
E aos poucos já se afasta
Eras um pincel num papel azul da magia encantada
Esse pincel que pintou a minha felicidade
Nem que enfeitiçado já fazia brilho
Tão iluminado era o teu olhar
Brilhavas e desencantas-te
Quando tua fada surgiu
Eras o tempo que eu necessitava
Uma forma desejada de me fazer sorrir
Não por palhaçada mas por tua maneira correta
Mas ao mesmo tempo desiquilibrada
Eu sei é dificil entenderes
Nem nunca me comprênderás
É dificil o meu protestar
Mas eu nunca te esquecerei
Isso podes crer
Um poema ao além
Para lá da magia

AUTORA:
MARIA FERNANDES


Um grande amor …
Ainda espero por um grande amor
Sei que vira com a primavera
Seja como for 
Já tem semente deitada na terra
Nascera uma bela flor
Desfolhada ao sol
És o meu sonho
Sonho que em ti criei
A esperança que tento alcançar
Quando chegares amor
Para ti eu viverei
Neste campo primaveril
Não guardaremos sementes
Para não haver mais amores
Entre os descrentes
Partiremos no verão
Quando vier esse vento do siroco
Das areias quentes
Aromas e perfumo
África de encantos
Lago de mim
Lamparina e luz
flor do amor
que eu la deixei …

José Manuel


SAUDADE

É quando a lembrança querida se torna impossível
aquém do sonhar
É quando um pedaço de ti fica ali, mas se encontra
em outro lugar
É quando a tristeza é mais funda e o sonho acalenta
o querer de voltar
É quando o amor não preenche tua dor de querer
não somente lembrar
É quando te lembras da mãe ao lado do berço
ensinando a rezar
É quando tua vida tão vívida, já não é vivida,
não pode voltar
É quando o tempo e o espaço se encontram em ti,
mas outro é o lugar
É quando de dentro da gente, um canto distante do mundo
insiste em te amar
É quando amor insuficiente, te oprime, revolta
e te obriga a lembrar
É quando um sorriso se esboça na mente da gente,
querendo voltar
É quando acordas de um sonho - a imagem do pai
te levando na mão
É quando te lembras do amor com que embalastes
o teu desejar
É quando a mente alucina querendo o querido,
sem como abraçar
É quando a alma implora um pouco de riso
de tanto chorar
É quando o teu paraíso seria o sorriso de quem já se foi
pra nunca voltar
É quando a distância se insurge na alma e a lembrança é tão doce,
sonhando chegar
...e a gente se pega... doendo e sorrindo;
e os olhos se molham de tanto lembrar....

[ De Geraldo Facó Vidigal ]


Gotejos e rumores

Gotejavas sonho e lágrimas
E enxugavas o suor do teu fulgor

Elevei meu espírito indómito ao cume
Da montanha.Bem-aventurados os que estão neste lume

De paixão,rubor,de inauguração da palavra.
Criei a tua pintura,tintas e mel de minha lavra.

Escutei tua voz,silêncio e amor
Receita de fim de festa,exaustão e langor.

Jamais te violarei;escuta o sonho
Mostrar-te-ei prazer não mundo medonho.

Caminharei com teus passos na solidão
Desejos,jazz,dança e música em teu coração.

Agostinho Borges De Carvalho


Meu ultimo poema

Meu corpo está cansado
minha alma, já não se alimenta
dos sorrisos
das estrelas
do sol quando brilha…

da chuva que cai intrépida
molhando meus sonhos
desenhados no fulgor do meu coração…

Já não tenho forças
já não acredito em nada…

nem a luz se quer acender
quando afasto a escuridão!

Estou cansada de querer mudar
e do mundo, que finge não me ver

Vinde poetas assistir
à morte da minha poesia
partirá solene
sem choro ou alegria…

Alda Melro.


A(mar) 

Gosto de sentir o mar 
na pele, 
Tuas carícias, 
gosto do beijo de sal ,
deslizar no corpo
Malícias
Nadar livre
no vai e vem das ondas
Desvendar o infinito
Enquanto sondas
meu ser,
Desaguado na praia
Demolhado de prazer
Amanhecer-te

Emudecer.

Teresinha Lydice Cardoso. 




O SOL ARDE

Não tenho sorrisos no rosto, 
Na orla do dia. Monstros!

Com sorrisos falsos no rosto
dói-me a vida,
dói-me esta dor,
dói-me ler a via de frente,
levá-la num rosto indiferente,
andar de caminhante ainda distante
nesse compasso doente.

O coração, crente
na poeira revoltante,
a amargura,
este ar perturbante...

Olha, dói-me esta fome de viver
nas mãos desse costume
que custa a nascer.

Dói-me ser este laço,
entrelaço do fracasso,
esse sorriso sem começo,
o olhar enxugado no insucesso
momentos parceiro da desgraça.

dói-me...
esta dor que me consome.

Fredy Ngola


MAS PORQUÊ...

As horas correm tanto
os dias então que dizer,
parece que voam
aparecem e desaparecem
sempre passa tudo mas tudo
tão rápido mas tão rápido
e não percebo sim não percebo
passa tudo e tudo passa
e esta ansiedade que me assola
porquê, porque me devasta

O relógio colado à parede
os olhos colados à parede
eu colado ao relógio
relógio quebrado no chão
as horas que não param
tu que não chegas
o beijo sozinho comigo
o tic tac quebrado que não pára
o livro ali mesmo à mão
mas a vontade o querer estar
apenas contigo que não passa
mas porquê se tudo mas tudo
passa ...

José Apolónia 


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A OUTRA METADE DE MIM

Tenho a certeza de te ter feito bem
de ter aninhado o teu peito
quando mais precisavas de consolo
de te ter ouvido quando mais ninguém o fez
de te ter sido chão e céu à vez
de te ter sido mar onde mergulhaste
ilha onde ancoraste
água onde te saciaste

Tenho a certeza de te ter engrandecido
de te ter ajudado a teres sonhos nobres
de te ter tornado mais justa
de te ter feito olhar os pobres
com os olhos da justiça e não da piedade

Tenho a certeza de que muitas vezes adormeceste
porque eu estava lá
Não fora eu e chorarias a noite inteira
olhando a foto de quem te renegou

Tenho a certeza que algum bem te fiz
e se melhor não te tornei
ajudei-te com certeza a seres mais feliz

Mas não quero que me agradeças
Quero apenas que não esqueças
que ninguém nos merece mais
que nós mesmos...

É para isso que servem as almas
para sorrirmos a cada tombo
e a não sucumbir a cada desgosto
para alavancarmos um passo adiante de um outro
e a termos essa doce loucura
de estarmos vivos
estampada no rosto!

são reis


Ser 

Se eu fosse flor!
Tu serias um jardim
Nele haveria variedade
De cores de flores de jasmim...
Se eu fosse árvore!
Tu serias os ramos
Em mim te entrelaçavas
Com teus ramos me amavas...
Se eu fosse um rio!
Tu serias uma jangada
Em minhas águas navegavas
Com os chorões das minhas margens
Choravas...
Se um dia eu for mar!
Em mim, repousaras o teu olhar
Como gaivota faminta...
De mim te alimentarás
No bailar das minhas ondas...
Em mim enrolado, adormecerás.

Maria Irene Frieza


VIVA PARA SEMPRE O AMOR

Porque o amor causa dor
A quem ama de verdade
É um momento assustador
Partir e levar saudade.

Da saudade vem a dor
E num silêncio profundo
Volta-se a falar de amor
Segundo após segundo.

Conta-se o tempo e não passa
Ficam-se horas a fio
Nosso coração repassa
Num constante desafio.

Sendo ferido de amor
Com a seta que o perfurou
Assim o amor deixa dor
Aquele que muito amou.

Esquecem-se as juras feitas
De amor profundo e eterno
Quantas ilusões desfeitas
Gelam como no inverno.

Congelam os sentimentos
Num coração sonhador
Que foi feliz por momentos
Viveu a ilusão do amor.

Procuremos então a cura
Para atenuar essa dor
Porque um mal nem sempre dura
Viva para sempre o amor.

Joaquim Barbosa


“O TEU SORRISO BREVE”

Ondas que o mar enfeita
Com penas de espuma,
E que a praia se deleita
Em beijar uma por uma,

Têm a duração do gelo
Quando o sol o beijar!
Como o teu sorriso belo
Que de fugaz consolação,

É como um floco de neve
Que me cai no coração!
Me derrete e lá se vai alojar!

Enfim, o teu sorriso breve
Para mim é muito tentador,
E enche minha alma de amor!

Alfredo Costa Pereira


Raiz

Sou planta,
Semente da vida.
Terra mãe,
Ventre, carinho.
Sonho que virou inferno.
Raiz do meu ser,
Feita no amor.
Presa na dor.
Chão doente,
Mirra sem crescer.
Carrego tanto Amor.
Escondi-me no silêncio.
Lágrima levou sangue.
Luto na carne,
Sem palavras.
Vento, foi teu vestido.
Sombra no olhar.
Um corpo feito estrela,
Num céu negro.
Anjo branco,
Dentro de mim.
Calada fiquei ferida,
Perdoa-me...
Matei, minha raiz.

 Céu Pina


ABRIGO.

Esquecer de você,
É coisa que eu não consigo.
Pois você mora no meu coração.
E aonde vou ele vai comigo.

Esquecer de você,
É coisa que não dá.
Pois esta no meu coração.
E não sairá mais de lá.

Esquecer de você,
Seria esquecer de mim.
E disto tenho certeza,
Não estou a fim.

Esquecer de você,
Deixar-te, não é legal.
É coisa que não faço.
Pois passaria mal.

E o melhor ainda, estou sabendo,
Que jurastes viver comigo.
E pra tanto tomou uma decisão.
Fez do meu coração, o seu abrigo.

Autor: José Augusto Silvério.