sexta-feira, 27 de setembro de 2013

SEGREDO

Corre-me no sangue o gosto do nosso segredo,
Fervilham-me os sentidos ao recordar os momentos,
No crepitar brando de uma fogueira de sentimentos
Que me transporta, em ida e volta ao degredo.

Mergulho nas vagas apocalíticas da noite e do medo
E abraço-me em horas velhas, vadias, no meu leito,
Onde procuro em angústia incessante; teu jeito,
Tua quentura, teu sal, tempero do teu sorriso ledo.

Oiço no dintel dos beirais, fios de palavras angustiadas,
Silêncios que moldam e tecem uma tela de esperança
Pintada de sorrisos com todos os momentos da lembrança,

Das horas em que dizíamos as palavras segredadas
Com fios de orvalho, misturado em contra dança
Na noite nua, vibrante, vestida das púbis engalanadas.
José Maldonado
 

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