domingo, 22 de setembro de 2013

Outono vindo

Sou poema de outono
na ponta da caneta
folha branca e seca
de alma sem sonho
que pinto com letra
franca e sem pudor.
Não finjo o sorriso
mas sou alvorada
dum outono fresco.
Sou dor agastada
do verão desertor.
Sou a folha caída
do outono tímido
melro desatinado
de asa inclinada
trovador sem sono
etéreo romântico
poema inacabado
barco domingueiro
de vela quebrada
em mar que enche
minha praia dolente.
Sou tela pintada
de outono a chegar.

Joserodrigues/zeal
 

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