domingo, 29 de setembro de 2013

OUTONO

Sou o linho do lençol onde te deitas,
sou a água fresca que mata a tua sede.
O vinho que te prende nessa rede,
sou a vida a despontar que tu enjeitas.

Não peço o teu amor, não me seduz
a esmola dum afeto que de frio
não tem o gosto, o brilho, a luz...
perde força e morre como o estio.

Não renasce, antes morre lentamente
E não há mais Primavera nos meus dias.
Da alma apaixonada eternamente,

São agora pontos negros, e alegrias
passeando-se infelizes, devagar
e as noites tristemente iguais aos dias.

Paula Amaro
 

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