OUTONO
Sou o linho do lençol onde te deitas,
sou a água fresca que mata a tua sede.
O vinho que te prende nessa rede,
sou a vida a despontar que tu enjeitas.
Não peço o teu amor, não me seduz
a esmola dum afeto que de frio
não tem o gosto, o brilho, a luz...
perde força e morre como o estio.
Não renasce, antes morre lentamente
E não há mais Primavera nos meus dias.
Da alma apaixonada eternamente,
São agora pontos negros, e alegrias
passeando-se infelizes, devagar
e as noites tristemente iguais aos dias.
Paula Amaro
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