sábado, 31 de agosto de 2013

DEUS DEIXA, O POETA CANTA E A OBRA NASCE

Ó deuses que não mereço e me não querem
Dai-me do Verbo o poema que não oprime
E livrai-vos de mim que as verdades ferem
E livres, Vós e eu, seremos estranhos
Mas sublimes!
!
Eu, que do sangue de um deus maior nasci
E dele colhi esta urgência de utopia
Da servidão e do medo que me deram
nunca vivi
E as trevas cavo até ser dia!

Mas há o deus menor do nosso fado
Que no ventre da mãe que me trazia
De livre me fez escravo
da culpa e do pecado
Quando pecar nem sequer podia!

Somos destes dois deuses a luta visceral
Mas quero o deus maior que me gerou
E se dos mistérios do mar se fez Portugal
Que da alma do poeta se faça
A obra que o Deus maior sonhou!

Valter Guerreiro
 

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