Um rosto volátil... (Paulo Paixão)
Um rosto desenhou-se no dourado do céu do entardecer.
Viu uma mulher emergir das águas azuis do rio Tapajós...
Caminhou lentamente sobre a areia branca e de braços
Abertos enlaçou um jovem atlético com muita paixão...
“quando a alma se revela, lágrimas jorram em profusão!”
Uma canoa a vela cavalgou sobre as ondas alegres
Do rio azul e passou lentamente empurrada pelo vento
Soprado por um deus imaginário...
Viu dedos ao piano e ao violoncelo tocarem a
“canção da minha saudade” e depois “dança na mata”
E lembrou-se de quanto fora feliz naquele cenário...
O rosto aos poucos se desfez como fumaça, tendo em vista
Que a alma desligou a sua luz...
O poeta enxugou suas lágrimas, fechou a janela
Do seu quarto, beijou um retrato e dormiu...
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