domingo, 26 de janeiro de 2014

O SILÊNCIO DO AMOR

Existe no silêncio uma profunda sabedoria,
Ele sobe alto, atravessa o céu, as nuvens, 
Até os astros...depois, 
Depois desce até à minha alma.
Mas não diz para o que vem....
Senta-se então num buraco profundo,
O sitio mais vazio do coração.
Sente-se o cansaço, a derrota do dia.
Aquele em que ele me venceu.
Porque o silêncio é assim!
E tento fugir do mau estar, de mim.
Esconder-me nas palavras curvas que vou escrevendo.
Já não tenho o que escrever, nem o que dizer.
Tentei adivinhar pelo interior dos teus olhos,
Quando me querias dar um beijo que tardava a chegar
Quando eu era amada e desejada por ti.
Quando eu teimava ainda caminhar.
Não existem mais palavras,
As mãos já me doem de tanto escrever.
Faça-se silencio,
Aquele silencio que vem com o vento,
Que trás palavras incertas, que trás sombras!
E tantas, tantas saudades de ti...
Saudades de beijares a minha boca sem pedires,
De calar os gemidos e neles os meus desejos omitir.
Mas ainda que houvesse silencio, eu quis-te!!!
Inventei-te, reinventei-te,
Até nas curvas do meu corpo.
De nada serviu, foi como um destino sem memória.
Agora buscas palavras de consolo, em mim.
Mas ainda, queres mais....
Queres também que te conte o final desta viagem,
Queres que aprofunde os recantos desta estrada.
Que queres que te diga..
Se quando me abri em flor,
Combatendo o silêncio das palavras,
Tu fechaste-me o caminho, arrancaste-me pétalas,
Mas deixaste-me, um espinho
Nada mais há a dizer,
Porque eu já não sei onde pára a lua,
O sol, a terra, o mar.
Já não oiço a música tocar, nem a minha, nem a tua.
Sei apenas, que as minhas palavras já foram a tua fonte de calor
Agora são o gelo, a cor negra do silêncio.
Mas olha.... um dia,
Talvez eu ainda te possa dizer, como as possas aquecer
E pintar de novo a cor purpura do amor.

Celeste Leite


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