domingo, 15 de setembro de 2013

TROVA DO VENTO QUE AGONIZA

Nas minhas mãos, CAMINHO teu corpo
Pó de estrada, suave brisa da tua pele
Cheiro de erva-doce, carqueja e mel
Barco veleiro ancorado em bom porto.

Busco-te esfíngico, vago, absorto
Quixotesca imagem na margem do papel
Sede de beijos, fome, sabor a fel,
Saudade de agonia, angustia e conforto.

Sinto-te longe, e outras vezes perto,
Nas insones madrugadas que desperto
A ouvir-te dizer que me queres, que me amas;

Mas amares-me, teu ser não consente
Porque teu ser, sem admitira verdade mente
Nas alucinantes viagens em que me clamas.
José Maldonado

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