TROVA DO VENTO QUE AGONIZA
Nas minhas mãos, CAMINHO teu corpo
Pó de estrada, suave brisa da tua pele
Cheiro de erva-doce, carqueja e mel
Barco veleiro ancorado em bom porto.
Busco-te esfíngico, vago, absorto
Quixotesca imagem na margem do papel
Sede de beijos, fome, sabor a fel,
Saudade de agonia, angustia e conforto.
Sinto-te longe, e outras vezes perto,
Nas insones madrugadas que desperto
A ouvir-te dizer que me queres, que me amas;
Mas amares-me, teu ser não consente
Porque teu ser, sem admitira verdade mente
Nas alucinantes viagens em que me clamas.
José Maldonado
Nenhum comentário:
Postar um comentário