domingo, 8 de setembro de 2013

SONETO DA MADRUGADA

Na manhã regada pelo cio da noite-mor
um perfume doce de menta e canela
deixa a descoberto a lembrança maior,
que o dia chegou. E a última vela

que serviu de farol à noite fugaz
que amparou a brisa e abafou seus ais.
Treme de rubor e lenta se desfaz
apagando com ela os últimos sinais.

É assim que a manhã orvalhada
me conta a sua história de amor verdadeiro.
Quando o sol lambe o que resta

da noite macia, terna, aveludada,
desse amor que é sempre o primeiro
porque a Natureza é metamorfose em festa.

Paula Amaro
 

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