quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Silêncio Por Companhia

Silêncio por companhia,
Tenho eu neste recanto.
Ouço-o no embalo da noite,
E na cascata do monte,
Nascida do riacho que corre,
Como a verter seu pranto.

No cantar da cigarra,
No chilrear do passarinho,
No abanar das folhas
No sussurro da floresta,
Nos dourados da praia,
Na brisa que passa, de mansinho.

No brilho que atrai,
No dia a renascer...
No assobio do vento,
Que transporta alento.
No entardecer...

No mar ondulante,
Que nas rochas quebra.
Na neve distante
A brilhar na pedra.

Neste silêncio entendi
O que não perdi.

Lágrimas que rolam
e que me incomodam.
Sem te ter aqui

Silêncio que fere,
Desespera a alma!
Parei... para o ouvir
Sentir seu enleio...
Ouço a memória
Das lágrimas que chorei,
Das palavras que gritei
E nada me acalma.

Este som do silêncio,
Entontece...
Porque acontece,
Ficar a ouvir
Como que um estalido
De algo partido,
Que ficou perdido...
Tudo a me fugir...

É assim que fico
À espera de nada.
De olhar triste e quedo
Como que em degredo
Contemplando a estrada.

Mas que o tempo vença
Com a doce presença
Do aroma da flor!
Não mais me pertença
Tão terrível dor!
E que me sorria
Na plena magia
De trazer amor!

DE: - Elisabete Bernardo
 

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