MEU ALENTEJO, EM TI, QUERO MORRER
Nas alcatifas de trigo desdobradas pelo chão,
Na paz silenciosa dos que com paciência,
Lavram a terra quente em lacónica dolência,
Os campos apinhados de trigo, cártamo, girassol e grão.
No azinhal, lá longe, onde se ouve ladrar um cão,
No céu ilimitado aonde o astro-rei por penitência,
Brilha, cintilando, em solitária dormência,
E a lua rutila, soberana, em pleno Verão.
Neste sossego interminável eu quero viver,
Este ar translúcido e genuíno, eu quero respirar,
Nesta terra abençoada pelo sol eu quero envelhecer!
Quero beber água fresca em todas as fontes,
Afagar a terra, abraçar o mar, beijar os montes,
E, finalmente, nesta terra abençoada….em paz morrer!
MARIA JOSÉ SARAIVA GASPAR GONÇALVES
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