MAR
Experimento o ar salino e humedecido
Deste mar, choroso… searas de vento e espuma
Invadem, violentas as marés… adormecido
Este mar, que se desfaz em coisa nenhuma…
Não há quem o contemple pela bruma…
As lágrimas e o pranto neste mar perdido,
E a onda esbelta fareja o cheiro da espuma
Neste mar largo de pranto, onde nada faz sentido…
Só o voo, grácil das gaivotas a estender-se,
Alado, sobre as ondas, prazenteiro a esconder-se
__Para sempre nos braços longos da tarde…
As areias repousam calmamente à beira-mar…
Encantadas com o astro-rei a inflamar
Num desejo, de fechar os olhos à realidade…
MARIA JOSÉ SARAIVA GASPAR GONÇALVES
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