Noite silente
De joelhos dobrados
E mãos sobre o rosto
Miro o horizonte
E paro… pensativa…
Sem compreender… esta minha alma amargurada.
Engulo em seco
Saudades e ansiedades…
Sem esforço o vazio
Que conheço…
Penetra e enche o meu pobre alento.
Esvaídos de vida
Os meus pensamentos
Mergulham no silêncio e na penumbra…
Mirando o oco e o descanso que os rodeia.
Raiados de vermelho
Os meus olhos frios e cansados
Acompanham o sibilar e as convulsões
Silenciosas da minha boca fria e dorida…
Avolumam-se interrogações e sonhos
Agoniam-se… saudades que vêm de longe…
No correr desta imensa noite
Sofro a presença de todas as sombras mortas
Que me acompanham e espiam…
De joelhos dobrados
E mãos sobre o rosto
Enxugo as minhas lagrimas sentidas
Enquanto os meus lábios
Sem gestos e em carne viva
Vertem verbos vagos e nostálgicos…
Sentimentos vagos e retraídos…
Telma Estêvão
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