sexta-feira, 30 de agosto de 2013

MEU CORPO, MINHA ALMA

O meu corpo deveria ser como a neblina,
Onde nada se acomoda-se permanentemente.
Que os sonhos se espalhassem, sozinhos
Sem o limite da forma, e as nuvens fossem
tao frageis como a alma liberta e receosa.
A minha ilusao seria diferente, corajosa
Como os pesadelos sem escrupulos,
Que me atacam, sem razao aparente.
O meu corpo serve de prova de existencia.
Nao confio no conceito, porque sou eterno.
Todo o mar e imenso, mas precario.
Seria eu talvez como o mar,
Se o meu corpo fosse neblina.
Todos os sons misturados sem nexo,
Sem sentido necessariamente correcto.
Assim sou eu, a minha alma.
Indiferente a areas e espacos.
Irreverente com a imposicao de regras.
Flutuo como o ar, mais espesso ou lasso,
Envolvendo quem me atrai, num abraco.
Se nao tiver sentido o que escrevo,
A vida nao tem razao de existir.
Serve assim so, para transportar o que digo.
Sem apelo nem agravo, em desalinho continuo,
Me transformo incessantemente neste fardo.
Quero deixar sair a alma, ainda vivo,
Para que saiba como sou afinal.
Quero sentir prazer em partir, quando o fizer,
Como um sopro, uma neblina curiosa,
Ou ate mesmo, outra coisa qualquer.


Publicada por Carlos Lobato
 

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