Sei de ti…
No despertar de um beijo.
Sei de ti…
Quando os meus lábios perversos
De traços aveludados
Vão afogando e afagando
As vontades da tua boca carnuda
Com gestos suaves e delicados.
Sei de ti…
Quando a minha voz nua
Desperta a tua alma
E os meus lábios geométricos
Te enchem de mil beijos apaixonados…
Quando com dentadinhas
Vou acendendo
Desassossegos em harmonia
E viajando por ai abaixo
Com gestos imortais
E articulando o resto de mim.
Sei de ti…
Quando os teus dedos doces
Raiados de meiguice
Vão escutando e respirando
O murmúrio dos meus versos
E o que a minha boca
Entreaberta vai sussurrando.
Sei de ti…
Quando cerro as minhas pálpebras
E absorvo o teu sol
Que escorre do meu corpo molhado.
Sei-te de ti…
Quando no despertar de um beijo
Mergulho e acolho
Os mistérios da tua pele…
Quando me deleito com os teus dedos sensuais
Que aos poucos vão esculpindo
Os labirintos do meu corpo.
Sei de ti…
No despertar de todos os meus poros
Que se abrem e morrem suavemente…
Aonde o meu sangue se renova com sede e avidez.
Telma Estêvão
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