POUCO A POUCO
Foge-me o débil pensamento, pouco a pouco,
Se porventura é verdade que ainda penso;
Este alienado prenúncio que apenso
Ao meu espírito amplo, louco e absorto…
Aos poucos pressinto que treslouco,
Vou perdendo pouco a pouco o bom-senso;
Já não admiro nada, só cogito e repenso
Na vida que me acrescenta mais um pouco...
Já tive o sol reluzindo em minhas mãos
Já transportei ilusões em espaços vãos,
Já fui feliz, já cantei vitória, já fui vencida…
Hoje, estou apta a escrever este poema
Sem jamais afastar os olhos deste tema,
Foge-me completamente o senso e a vida…
MARIA JOSÈ SARAIVA GASPAR GONÇALVES
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