sábado, 15 de junho de 2013

SILÊNCIO REINANTE

Naquele instante, quase impercetível
em que, aos poucos o silêncio
se vai instalando e corroendo
um espaço antes cheio de palavras,
compreensão, respeito e harmonia,
cria-se um vazio, como um abismo
entre aqueles que o deixaram
ocupar tal lugar, de modo subtil
e nem sempre percetível ao início
por pouco se notar a mudança
que ele vai operando em suas vidas.
Só quando se torna insuportável
o ruído gritante da ausência de som
é que se pensa dar um passo
na tentativa de alterar a situação,
que já se foi arrastando tempo
e tempo de mais para criar feridas,
nem sempre fáceis de ultrapassar
de tao fundas que foram suas marcas.
Instala-se a insegurança, a dúvida,
a incapacidade de ouvir o outro,
de se expressar e de entender
o que quer que seja dito
ou feito para tentar minimizar
o sofrimento causado nesse tempo
de afastamento que se quer quebrar,
num esforço final de tudo normalizar!

Hugo Oliveira © 
 

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